martes, 30 de marzo de 2021

Tarde de Abril

Dentro de meu quarto 

Jaz meus sonhos

Tantos quantos enraizei

E no escuro do meu descanso

Uma bela rapariga se aproxima

Vestida em manto dourado

Na cabeça uma coroa de estrelas

Descalça traz sob seus pés todas as luas do universo

E toda a escuridão se esvai

Nesse instante os raios já escapam pelas brechas das portas e janelas 

Eis que a luz já cega os curiosos que se afastam

Risos ecoam pelo ambiente

Sinto a face queimar

A rapariga se aproxima

Sua face não tem nenhuma expressão

Não ri, não chora... não sente raiva e nem mesmo desprezo

Nenhum sentimento a comete

Não há respiração, nem palpitação que venha dela

Seus olhos são espelhos

Nesse instante o medo já tomou conta do meu ser

Não a vejo mais se não como um complemento de mim

E eis que ela me toca a face

Sua mão é suave como uma névoa

E o corpo que antes queimava agora gela

Frio e pálido

Em meu leito em uma tarde de abril



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